Fanfic GSR

Fanfic escrita pela ro_dollores

“As vezes nos envolvemos nas tramas da vida de uma maneira tão intensa que, quando nos damos conta, não há mais o que fazer.”

Nada estava como antes, o tempo passava e cada dia se tornava mais importante que o outro.

Deitado com as mãos cruzadas atrás da cabeça, ele olhava o teto, imaginando que, depois de ter tomado aquela decisão, as coisas pareciam um pouco diferentes.

Por estar acostumado a solidão e viver para o trabalho a maior parte do tempo, tinha se sentido deslocado nos primeiros momentos, mas quando sentia a aproximação dela, sempre com muita cautela, as coisas tomavam outras proporções.

Observava o cuidado que ela tinha em lidar com ele.

Por ser uma mulher muito inteligente e, conhecendo as suas limitações, estava conquistando seu espaço aos poucos, sem cobranças.

A maneira estressante que eles tinham escolhido para as suas vidas por conta do trabalho, não lhes dava muito tempo para ficarem juntos e, ele tinha dúvidas se o que estava lhe oferecendo em troca, estava sendo suficiente.

Olhou o lado vazio na cama, estava começando a sentir falta de algumas coisas.

A maneira como acordava, devagar e preguiçosamente, a mão delicada tateando a cama, procurando por ele, o sorriso quase tímido ao dizer bom dia.

Queria que ela estivesse ali, tinham tido um movimento intenso naquele turno, com pouco contato entre eles, e não a viu sair.

Tinha a visto ao lado de Greg, rindo de alguma coisa que ele falava, mas nada mais. Era estranha a sensação quando a via com ele, não sabia explicar, mas o incomodava.

Sabia que eles eram amigos e costumavam sair juntos, frequentemente, mas não conseguia digerir aquilo com facilidade.

Ele se levantou, tomou um banho, preparou seu desjejum e saiu com seu cão para um passeio.

..........

Sara estava acordando naquele exato momento, o corpo doía, havia dormido demais.

O turno tinha sido cansativo, recusou um convite de Greg para sair e resolveu ir para casa imediatamente. Acordou com fome e sentiu falta da refeição que Grissom costumava preparar, nas raras vezes em que dormia com ele.

Até que não seria má ideia, um café da manhã daqueles.

Ela sorriu ao se lembrar daquele homem tão arredio, mas tão profundo, uma verdadeira incógnita. Mas aos poucos as coisas estavam se encaixando, sabia o que tinha que fazer.

Usava toda precaução para que as coisas acontecessem naturalmente, sem pressão. Acreditava estar dando certo, mas as vezes sentia necessidade de fazer uma loucura que poderia surpreender até mesmo ela, mas não tinha coragem.

Não sabia que reação ele teria se ela chegasse de surpresa, ou o convidasse para uma viagem, ou para jantar em um restaurante.

Não faziam coisas comuns para uma casal, já que precisam se esconder. Era preciso muita paciência para lidar com aquilo, mas acima de tudo o amava e muito.

Já não se imaginava sem ele, mesmo tento tão pouco, por hora, estava sendo suficiente.

A discrição a obrigava a ser muito fria no laboratório, mas cada vez que olhava para ele não era frieza que sentia, mas alguma coisa que quase não sabia explicar, voltava a ter quinze anos.

….......

Assim que chegou de sua volta com Hank, Grissom olhou para a mesa, para o relógio, resolveu fazer umas panquecas, então se lembrou dela, de novo.

Ela gostava de dormir … será que arriscaria ? Por que não ?

Ela estava sentada na cozinha, pensando se sairia pra tomar seu café na rua ou ficava em casa mesmo, tinha tomado um banho delicioso. Ela pegou as chaves do carro e ouviu seu telefone tocar.

_Alô.

_Sara .. sou eu.

_Oi … Gris !

_Você já acordou ?

_Sim … ia sair para tomar um café na rua.

_Hum … vem … pra cá, vou … fazer panquecas.

_Panquecas ? Isso é covardia. - Ela queria ir mesmo que ele lhe oferecesse um simples copo de água.

_E então aceita meu convite ?

_Já estou com as chaves na mão.

Em minutos ela atravessou a distância que os separava. Estava com um cheiro bom de óleo perfumado, e ele soube disso assim que abriu a porta.

_Entre ….

Ela passou por ele, teve vontade de lhe dar um beijo, mas recuou.

_Tudo bem ?

“Melhor se eu te desse um beijo, te arrastasse para a cama e só parasse no horário do nosso turno”

_Bem … e você ?

_Também. Sente -se.

Seus cabelos estavam soltos e ainda um pouco úmidos, aquele cheiro estava lhe tirando a razão.

Ele não resistiu, colocou suas mãos em seus ombros e beijou o alto de sua cabeça, aspirando aquele perfume perturbador.

“Você está irresistível”

Aquele gesto simples a fez ficar feliz de repente.

Ele a tratou com muito cuidado, com um carinho delicioso de sentir, preparou as panquecas, depois se sentou em frente a ela com um ar de felicidade no rosto bonito.

Eles comeram em silêncio, se sentiam bem juntos, não precisavam de palavras.

_Quer que te ajude com a louça ?

_Não, de jeito nenhum, faço isso depois.

_Acho que estou … indo então. “Me peça pra ficar!”

_Não … é cedo, fica.

_Você quer que eu fique ?

_Sim … quero … preciso falar com você !

Eles se sentaram no sofá e ele entrelaçou seus dedos nos dela.

_Acho que nós deveríamos … nos ver mais …

Ela olhou para ele, tão lindo, tão encantador e … querendo mais … aquilo era um bom sinal.

_Isso vai ser fácil.

Ele sorriu e beijou sua mão.

Outro gesto simples que a fez subir muito alto e descer como uma pluma, pousando ao lado dele.

_Como vamos fazer isso ?

_Eu ... não sei ... só sei que é preciso.

Seus olhos brilharam, e o coração dela deu uma reviravolta dentro do peito, era tudo o que ela queria.
ATENÇÃO: AMANHÃ TERÁ MAIS FANFICTION