terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fanfic Grillows - Capitulo 1

A chuva batia violentamente nas janelas e lá fora os galhos das árvores lutavam para se manterem estáveis. Trovões iluminavam o céu negro. Grissom acordou de súbito e atrás do barulhento aviso da natureza para que se mantivessem em casa pôde decifrar um som mais agudo, era a campainha.

Levantou-se num pulo, e olhou-se no espelho do banheiro. Sua cara estava péssima. Vestiu um roupão azul marinho e foi atender. Ao olhar no lho mágico conseguiu distinguir um cabelo louro molhado. A dona dos cabelos estava olhando para baixo. Destrancou a porta e mirou o corpo encharcado de sua parceira, a belíssima Catherine Willows. Ela levantou o rosto exibindo as íris azuis que cintilavam no escuro. Um calafrio correu pelo corpo do investigador. O olhar era intenso e a maquiagem borrada apenas deixavam o semblante da mulher mais intimidante.

Catherine afastou uma mecha de cabelo dos olhos e deu um leve sorriso.

"Gil... Sabe, você não deveria esconder-se em casa num dia desses. Te acordei?"

"Sim..."

"Eu não vinha pra cá, mas quando as pessoas bebem... elas agem por impulso," virou-se de costas e sentou na frente da casa de Gil, admirando a chuva como se fosse a primeira vez. "Você devia tentar às vezes."

Gil a observava, ali sentada na chuva, toda molhada. Algumas coisas na vida são inexplicáveis, não importa todas as tentativas que são feitas para explicá-las. As palavras são muito limitadas.

"Você devia sair daí ou pode pegar um resfriado," disse ele num murmúrio.

"Eu bato na sua porta, de madrugada, num temporal desses e você não quer nem saber o motivo!"

"É melhor você entrar, Catherine..."

"Eu não tenho medo de chuva. Aliás, eu já passei muito tempo tendo medo de tudo. Eu cansei."

Grissom apoiou a mão direita no batente da porta, sendo alvejado por pingos de chuva violentos. Apertou o roupão contra seu corpo tentando afastar o frio daquela madrugada. O vento gelado cruzava abruptamente, Catherine, porém não parecia se importar, apesar do notório tremor. Ela fechou os olhos e permaneceu imóvel, as mãos firmadas contra o concreto do degrau que dava acesso à morada do intocável supervisor do turno da noite do Laboratório Criminal. Ela aspirou o ar da noite com vontade. Sorriu e então soltou uma gargalhada.

"É incrível como as coisas são. Você que gosta de analisar tudo, já parou pra tentar analisar a ironia da vida? Do destino? É cômico!"

O céu se clareou com um repentino trovão que segundos depois rugiu violentamente por todo lado. Os olhos azuis dela se arregalaram e ela sorriu como uma criança travessa.

"Quando eu era menina, ainda na época que vivia em Montana, minha mãe costumava dizer nas noites de tempestade que os trovões eram broncas que Deus dava em seus filhos," ela finalizou a frase com um suspiro e continuou a deixar que as gotas geladas de chuva caíssem em seu rosto.

Grissom notou que os lábios dela estavam arroxeados por causa so frio.

"Cath... Por favor, entra, você vai acabar ficando doente."

Como resposta foi solenemente ignorado.

"Quem tá na chuva, é pra se molhar e ainda mais, você já está molhado. Por que não ficamos os dois aqui mais um pouco?" Ele a fitou curiosamente, mordendo o lábio inferior e finalmente sentou de frente pra ela.

"Vou te dar cinco minutos e depois você entra comigo. Você está totalmente molhada, seus lábios estão pálidos e você está tremendo--" ela o fez parar, tocando seu rosto com uma das mãos.

"Gil, você realmente se preocupa? ... Quem está dizendo essas palavras pra mim: a razão ou o coração?" E moveu a mesma mão para pousar em cima do peito dele. Ele a olhava nos olhos, meio confuso com tudo aquilo. Muitas informações em muito pouco tempo.

"Claro que eu me importo, eu me importo muito com você, Cath."

"Então, demonstre!" Ela quase gritava agora. "A vida não vai esperar até que você tome a coragem de sair do seu casulo e você nunca saberá o que poderia ter acontecido, mas vai se perguntar pelo resto da sua vida!"

Catherine esperava alguma reação, mas a que recebera não foi a desejada e ele simplesmente a olhava. Abriu a boca, mas pra dizer as palavras erradas.

"Acho que o seu tempo acabou, a gente devia entrar--" 

Ela se jogou em cima dele com uma força que Gil nem sabia que ela tinha e os dois caíram apoiados nas costas dele. Ela tentava atingi-lo e ele tentava se defender. Ele perdeu o controle dos punhos de Catherine e acabou sendo atingido bem em cheio no rosto

"Por que você fez isso!?"

"Porque você é um idiota! Acorda pra vida Gil! Você consegue me ver, mas não consegue me sentir... Eu vou embora." Levantou, mas não deu dois passos e caiu "Eu odeio quando acontece. Bem, eu já vou indo. Você não quer escutar o que eu tenho pra dizer."

Tentou levantar mais uma vez e dessa vez conseguiu, mas foi parada por Gil, agora em pé.

"Você não pode simplesmente ir assim! Você nem ao menos me disse o que veio fazer aqui!"

"Por que não!?"

Grissom notou que ela própria também estava confusa, provavelmente tanto quanto quando ele. Catherine tentou se desvencilhar, mas um passo desajeitado a fez se desequilibrar, só não caiu porque Gil a segurou pelos braços.

"Agora chega!" Sua voz assumiu um tom mais autoritário, porém não serviu para fazer Catherine baixar a guarda, ela apenas tensionou o corpo para uma tentativa frustrada de se livrar das mãos dele que a seguravam. "Vamos entrar!"

"Me larga!" Ela disse advertindo-o, entretanto não foi ouvida. "Me larga!" Ordenou novamente.

Havia se iniciado um duelo de forças. Catherine, porém, não estava em seu juízo perfeito e logo se irritou.

"ME LARGA!" Gritou, se debatendo violentamente. "Eu não quero mais falar com você, me solta!"

"Eu não vou te deixar sair por aí nesse estado. Você está bêbada!"

Gil tentava controlá-la, mas ela era forte e tornava aquela situação mais complicada que já era. Catherine conseguiu livrar o pulso direito e o vez voar outra vez na direção do rosto dele.

"Eu ainda não estou bêbada! Apenas o suficiente pra te faze ouvir o que merece... Mas eu não quero mais!"

Ao ver que ele não ia soltá-la, ela não hesitou em tentar acertá-lo novamente, começou a se debater para se soltar, mas não para sair, mas para estapeá-lo. Estava tomada pela raiva e nunca o sentimento tão forte por ele dessa maneira. Gil, num golpe de sorte conseguiu agarrá-la e segurá-la pelos punhos. Os corpos estavam próximos e podiam sentir a respiração ofegante um do outro. Mas Catherine continuava a tentar agredi-lo. Quem se cansaria primeiro?

Catherine acabou por perder o equilíbrio novamente, contudo, desta vez Grissom não a segurou e ela caiu para trás. Os olhos dela o fulminavam, mas ela não partiu pra cima dele.

"Tá mais calma agora?"

Catherine ainda respirava meio ofegante, levantou-se e sentou, respirando devagar e retomando o fôlego.

"Acho que sim... me ajuda?" perguntou ela, estendendo a mão na direção dele. Gil estendeu sua mão, agarrando a dela e quando puxava recebeu um puxão também e quando viu já estava no chão, trocando de posição com ela. O roupão só dava vantagens para Catherine, atrapalhando a locomoção de Gil.

"Qual é o seu problema!?" Se ele achava que não parecia muito bem antes devia se ver agora, com o resto cheio de hematomas. "Se você me falasse o que eu fiz de errado, eu poderia ao menos me defender!"

"Idiota! Idiota! Hipócrita! Por que você tem que ser tão burro!" Os berros dos dois competiam com os sons da noite. Os dois de pé novamente e Catherine se aproximava cada vez mais de Gil. Ainda batendo, mas com muito menos força, a única que lhe restava.

"Catherine, eu já estou cansado disso tudo. Nós dois vamos acabar doentes," ele já não tentava impedi-la, fisicamente exausto.

"Você está cansado! Que bom, Gil. EU estou cansada! Pelo menos agora nós entramos em sintonia," toda a agressão física acabara e agora eles conversavam como ocorrera milhões de vezes antes.

"Eu só quero te perguntar mais uma coisa e se você quiser, eu vou embora e nós seguimos nossas vidas," ela se movia em sua direção, cada vez mais perto. Até que seus corpos se tocassem, corações pulsando sobre o outro. Colocando sua mão na base do pescoço de Gil, ela os deixava ainda mais próximos. Levou a mão até o rosto dele, acariciando e sentindo a chuva.

E então, de uma vez, afastou-se.

"Olhe nos meus olhos e diga que você não sentiu nada um segundo atrás. Assim eu posso ir pra casa e você pode voltar a dormir. Você pode me sentir ou apenas consegue me ver, Gil? Mas uma vez na sua vida seja honesto com você mesmo."

Gil não sabia o que pensar muito menos o que responder. Sua cabeça girava. Não estava preparado para ser abordado daquela maneira e Catherine, completamente fora de si, a cada palavra só piorava seu estado de confusão. Ele encarou os olhos azuis da bela mulher a sua frente, brilhavam num misto de expectativa, ansiedade e esperança. Aquilo o fazia sentir-se mal, a expressão no rosto dela era clara, havia apenas uma resposta que ela queria ouvir. O homem sabia qual era, mas havia alguma força que o impedia de por seu cérebro para trabalhar e fazer sua boca proferir as palavras. Estava paralisado, em parte em choque, aquilo era demais.

O silencio durou vários minutos, quem os visse de fora veria uma cena pausada, nenhum dos dois ousava falar, estavam parados encarando um ao outro. O único movimento daquela cena era o da chuva que já se mostrava ligeiramente mais leve. Para Catherine refletia numa proporção inversa a angústia que crescia dentro de si. Grissom, ainda aturdido demais, tentava procurar uma explicação racional naquilo tudo, algo o impedia de encontrar motivos para que ela batesse à sua porta naquele estado, debaixo daquela chuva e tão alcoolizada que já não controlava seus impulsos.

3 comentários:

  1. por alguma razão eu acho q já li está fic

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  2. Que linda , antes eu deixava pra ler no final , mas hoje eu não resisti *0*

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  3. Galera estou escrevendo um fanfic (ñ tão grande como esse :) + é um fic Vartillows, da Cath e do Lou. Visitem lá espero q gostem!!!http://tudosobrecsi-tsc.blogspot.com/2012/03/fanfic-vartillows-capitulo-1.html

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Proibido qualquer tipo de xingamento! Tudo Sobre CSI Las Vegas Brasil agrade ;D